quinta-feira, 28 de janeiro de 2016

Swingle Singers


Para conhecer os bons grupos vocais desse mundo...
O Swingle Singers é um dos conjuntos vocais mais conhecidos do mundo. Criado na França em 1962 por Ward Swingle, tem um história interessante: originalmente o grupo começou como um conjunto de cantores que faziam background para cantores como Charles Aznavour e Edith Piaff. Eles utilizavam o Cravo Bem Temperado de Bach para se exercitarem em conjunto, e aconteceu de perceberem que aquela música tinha um suingue natural. Gravaram, então, o disco Jazz Sebastian Bach como um presente para amigos e parentes. Muitas rádios começaram a tocar as faixas, tornando-os famosos. Gravaram mais discos e ganharam um total de cinco Grammy Awards.

Em 1973, o grupo original se desfez e Ward Swingle se mudou para Londres, onde reformulou o grupo que passou a se chamar Swingle II. Mais tarde gravaram e se apresentaram com o nome de The Swingles, depois The New Swingles Singers e finalmente, como era no princípio, The Swingle Singers. Desde então o grupo nunca mais se desfez. Membros têm ido e vindo e novos cantores passaram a tomar partes na formação que se seguiu.


Vejam o Swingle Swingers ao longo dos anos:
Bach



Clair de Lune - Debussy


Libertango - Piazolla



Missão Impossível



segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Pra começar bem a semana



Listen to the Lambs
Na década de 1990, Moses Hogan organizou uma série de Negros Spirituals arranjados por vários dos importantes compositores americanos responsáveis não só pelo arranjos de algumas conhecidas canções dos negros americanos, mas também pela divulgação deste gênero, seja através da edição de partituras, seja através de apresentações públicas ao redor do mundo. A coletânea foi editada em um livro chamado “The Oxford Book of Spirituals”.

Um dos negros é Listen to the Lambs, arranjados por Robert NATHANIEL DETT (1882-1943), um dos mais bem sucedidos compositores negros americanos, conhecido pelo uso de canções populares e spirituals em composições corais e pianísticas em estilo romântico.

O trecho acima é interpretada pelo conjunto canadense The Nathaniel Dett Chorale, um especialista em negros na atualidade, regido por Brainerd Blyden-Taylor. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Um Requiem brasileiro


Em 2008, comemorando os 200 anos da vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil, o Coro Madrigale e a Orquestra Ouro Preto, sobre a regência de Rodrigo Toffolo cantaram o Requiem do Pe. José Maurício Nunes Garcia. Esta peça foi escrita em 1816 em homenagem à rainha portuguesa D. Maria I (a louca), morta naquele ano no Rio de Janeiro.

O Pe. José Maurício foi o principal compositor do período de transição entre a colônia e o império, tendo sido reconhecido pelos músicos que vieram para o Brasil com D. João VI como um grande improvisador e músico capaz de escrever música de qualidade com muita facilidade e fluência. Pela sua capacidade foi mestre da Capela Real (músicos a serviço do rei) no Rio e professor do Infante D. Pedro, mais tarde D. Pedro I.

O Requiem de sua autoria é uma peça inspirada na obra homônima do compositor austríaco W. A. Mozart, o qual o Pe. Garcia adorava e tinha a partitura desta obra. Divido em várias partes alternadas entre coro e solistas, é uma das obras primas da literatura sinfônico coral do Brasil.


A gravação que anexo foi feita no Palácio das Artes (BH), em maio de 2008, sendo que a mesma obra foi apresentada, na mesma época, em Ouro Preto e no Teatro Municipal do Rio de Janeiro. Foi, sem dúvida, um belo trabalho.


terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Meninos Cantores de Viena

Olá!!!
Me proponho, sempre, a falar sobre coros e obras corais. Aproveitando um post dos últimos dias, no qual alguns leitores me lembraram da importância de um bom início na arte do cantar em coro, gostaria de mostrar um coro secular que tem nas vozes masculinas infantis o seu objeto principal de trabalho. No nosso tempo, quando, de um modo geral, as pessoas se satisfazem com um trabalho simplório de afinação infantil e demonstração do aprendizado de um repertório sem nenhuma pretensão, não posso deixar de sugerir que ouçam coros verdadeiros de meninos, os quais são, muitas das vezes, superiores, em excelência, a muitos coros adultos. Isso mesmo, crianças são capazes de fazer o impossível quando o assunto é “fazer música”. Nem é necessário dizer que, se têm uma infância de ótimo aprendizado coral, serão excelentes cantores quando adultos.

Como um exemplo, pergunto: quem nunca ouviu falar nos Wiener Sängerknaben? Com esse nome, quase todos responderão que não, mas traduzindo, eles são os “Meninos Cantores de Viena”, um dos mais conhecidos coros de meninos do mundo. Os garotos são selecionados principalmente da Áustria, país sede do conjunto, mas também de muitas outras nações, e são entrevistados individualmente. Eles são conhecidos por seu padrão vocal excessivamente alto. Os meninos recebem uma sólida formação musical, tendo alguns deles sido grandes compositores e regentes no restante de suas vidas. Salientam-se: Jacobus Gallus, Franz Schubert, Hans Richter, Felix Mottl e Clemens Krauss.

Na época dos grandes compositores clássicos atingiu uma perfeição antes desconhecida. Seu trabalho foi interrompido pela Primeira Guerra Mundial, mas retornaram em 1924 como um grupo profissional, graças ao seu reitor, Josef Schnitt. Desde 1948 o Palais Augarten é a sua sede, com o ensino que vai da creche até o ensino médio. O coro pertence à escola onde, além de aprenderem música, fazem os estudos do ensino secundário, ou aprendem um ofício. O palácio tem todas as condições de uma escola moderna. O número de candidatos a cada ano é enorme. O coral é uma organização privada, sem fins lucrativos. Há cerca de uma centena de coralistas de 10 a 14 anos. As crianças são divididas em 4 grupos que proporcionam cerca de 300 apresentações anuais, sendo assistidos por quase meio milhão de espectadores.


Apreciem:






domingo, 17 de janeiro de 2016

Um coro de referência

Sempre acreditei que um maestro de coro tem que ter seus objetos de desejo, ou seja, coros que sejam referenciais a serem alcançados. Na história do Madrigale, coro que rejo, vários foram os conjuntos que me serviram como referenciais de sonoridade, organização, repertório, etc. Um, no entanto, foi extremamente importante, anos atrás, como modelo e exemplo, na primeira história do Coro Madrigale e na formação do maestro: o Coro de Câmara de Lisboa.

Em 1993, eu fui informado que um coro de Portugal, trazido pelo salutar contato da maestrina Elza do Val Gomes e do Coral Júlia Pardini, iria se apresentar no Palácio das Artes de Belo Horizonte. Sinceramente, não dei muita confiança. No dia seguinte, vários colegas não paravam de tecer elogios ao belo grupo, criado e patrocinado pela Fundação Gulbekian, de Portugal, e em excursão pelo Brasil. Fui, então, atrás do tal coro em Mariana, lugar de sua próxima apresentação.  Foi, deveras, uma surpresa ver aquele coro, composto de 16 integrantes, cantando em meia lua, com um repertório que ia da renascença ao século XX, com uma precisão e sonoridade que era justamente aquilo que eu buscava para o jovem coro que eu criara.

A partir daquela referência, foi um estudo intenso de vários aspectos corais. Tive um dos seus discos como referencial, do qual eu aprendi a essência de peças como Alleluia, de Thompson, O Magnum Mysterium, de D. Pedro de Cristo, Lux Aeterna, de Ligetti. Enfim, foi uma luz surgida num momento em que era necessária, e eu fui atrás dela montando o Madrigale à maneira daquele coro.

Por anos eu busquei notícias deles, sempre sendo informado de que eles estavam em plena atividade na sua terra natal, mas que não se preocupavam muito com a divulgação internética dos nossos tempos. No entanto, eis que achei este vídeo, com o qual eu lhes apresento o Coro de Câmara de Lisboa, cantando o Alleluia de Thompson.


A este coro eu dou muitos, muitos vivas!!!


Meu disco de referência


quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

O que é um madrigal?

Vocês sabem o que é um madrigal? Como, normalmente, a resposta é não, permitam-me falar um pouco sobre a formação coral e o gênero.

Tomando como base a formação coral, diz-se que um madrigal é um coro pequeno, de até 24 cantores. Além disso, por ser um grupo de câmara, tem por especialidade cantar peças da renascença, sobretudo madrigais!!! Uma explicação genérica e não funcional, já que muitos “Madrigais” têm especificidades completamente fora desse padrão. A compreensão do gênero pode ajudar num conceituação? Acredito que sim.

Então, musicalmente, MADRIGAL é uma composição musical vocal profana, da Renascença ou do primeiro barroco. No madrigal, o compositor tenta expressar as emoções contidas em cada linha, e algumas vezes em palavras individuais, de um poema célebre. O gênero madrigal, apesar de ser encontrado em diversas regiões da Europa, inclusive no território português,[1] não está muito presente na tradição da música brasileira. Contudo, ele guarda em si um elemento que provocou uma revolução na maneira de compor música a partir do século XVII e que por isso lhe dá a universalidade: a expressividade. Saindo da Alta Renascença, em que a música coral era parte integrante da liturgia da Igreja Católica, e considerando que até então o coro era o principal instrumento de execução musical, ocorre uma modificação no papel dos compositores, os quais são levados a se adequar a uma nova maneira de produção musical provocada pela secularização da cultura musical.[2]

Com efeito, no mundo litúrgico, o que se esperava do compositor era a composição de uma obra musical que não tivesse grandes relações de modificação expressiva nem tensões musicais, para que a execução não interferisse no momento de oração daqueles que ouviam a música. Já no mundo profano, o que se esperava era justamente o oposto, ou seja, a criação de imagens e o estímulo das sensações pela representação, em música, daquilo que poetas representavam com palavras. Deveriam os cantores, a partir daquele momento, que se constituiu no início do Barroco em música, empenhar-se na tentativa de reprodução, através de fórmulas musicais, das diversas tensões que o compositor, particularmente, sentia ao ler e interpretar um texto. O conceito de interpretação através dos sons, a expressividade em música, provocou a revolução que nos conduziria à música puramente instrumental e à individualização do músico e de sua obra de arte. Cria-se o conceito de artista em música e a mesma deixa de ser funcional para ser um objeto de arte.

Também se inicia, aí, o conceito de música de câmara, trazendo até nós a denominação referente à execução de música para um nobre ou para um conjunto de apreciadores musicais que podiam pagar para ter uma capela musical[3] em sua casa. Considera-se, então, música de câmara aquela executada por um pequeno conjunto de cantores ou músicos para um pequeno grupo de ouvintes. Porém a principal modificação de execução musical não reside nessa estruturação, mas na modificação do papel do compositor, visível quando o comparamos ao estatuto de que gozava o autor da música litúrgica até então.

Então, pensando num agrupamento coral, um madrigal não deve ser caracterizado exclusivamente pelo número de cantores, mas também pelo repertório, pela característica camerística e pela capacidade de de interpretar obras expressivas. Mas, não são todas as obras musicais expressivas? Se você se fez essa pergunta, leia o texto novamente.

Observem como Monteverdi explora as palavras no madrigal “Io mi son giovinetta” criando floreios representativos:


"Eu sou uma jovenzinha,
e rio e canto na nova estação.
Cantava a minha doce pastorela
quando subitamente
em resposta àquela canção, o meu coração
cantou qual um passarinho belo e feliz:"
"Eu também sou um jovenzinho
e rio e canto à gentil e bela
primavera do amor
que nos teu belos olhos floresce." E ela diz:
"Fuja, se você é sábio," disse, "do ardor;
fuja, pois neste raio
não haverá mais primavera para ti."
- Guarini (?) –



[1] Os portugueses escreviam principalmente peças eclesiásticas; os poucos madrigais que sobreviveram ao grande terremoto de 1725, em sua maioria em idioma castelhano, ficaram guardados na torre do Tombo e atualmente ainda estão sendo descobertos. A prioridade nas edições modernas, todavia, segue sendo a música sacra.
[2] Considera-se que a Renascença musical vai do século XII, quando as práticas contrapontísticas são desenvolvidas, sobretudo em Paris, com a Escola de Notre Dame, a qual teve como expoentes Léonin e Pérotin, até o final do século XVI, quando o sistema modal é substituído pelo tonal.
[3] Conjunto de músicos profissionais mantidos por um mecenas para composição e execução de música particular.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Qual será o futuro dos coros nesta BH?


Esse post vem completar o que escrevi no último dia 29/12. Em 2011, escrevi o texto abaixo reclamando de um aumento de quantidade e decaimento de qualidade. Ora, não é que um trabalho de vários conseguiu, a meu ver, reverter uma curva e nos dar um alento naquilo que consideramos importante, que é a boa qualidade dos coros e, consequentemente, do movimento coral em nossa cidade? Que continue assim, torço. Mas não vou me descuidar desse texto, pois ainda não acho que possamos nos descuidar. 

"Belo Horizonte já foi o grande referencial de coros deste nosso país, principalmente pela existência, há algumas décadas atrás de um número expressivo de bons coros, dos quais cito alguns: Ars Nova, Madrigal Renascentista, Júlia Pardini, Usiminas, Assefaz, etc... No entanto, vivemos, no presente, momento, um decaimento vertiginoso da qualidade do nosso produto coral, já que alguns coros já se acabaram e outros amargam o esquecimento e a grande dificuldade de conseguirem bons cantores. Se não bons cantores, pelo menos a dificuldade é grande de se conseguirem cantores dispostos a realizarem um trabalho sério.

Há motivos claros para isto? Seria a política cultural? Seriam os festivais de coros de cunho turístico feitos por várias cidades e alguns coros e regentes oportunistas destas mesmas cidades, os quais os organizam? Seriam os professores de canto que ainda acreditam que os seus alunos estragarão suas belas vozes cantando em um coro? Seria a necessidade cada vez maior de bolsas e/ou salários que sustentem este mundo de cantores ditos profissionais que existe no nosso meio? O que será? Recebo notícias fresquinhas de que está acontecendo o mesmo fenômeno na Europa. Seria, então, a crise? Difícil saber.

Há 15 anos, quando da tentativa de melhor o padrão geral dos coros em nossa cidade, eu avisei a alguns que tomassem muito cuidado, pois a desmedida busca pela melhoria geral poderia trazer conseqüências para o futuro, já que o movimento de formação constante de cantores, proporcionada pelos coros menores em direção aos maiores e mais desenvolvidos, sempre foi a grande riqueza coral de nossas Minas Gerais. Nem mesmo eu podia imaginar que o resultado seria tão catastrófico. Onde estão os bons coristas de minha terra? Olhem para trás, meninos, pois nós já fomos os mais disputados deste país. Nossos melhores cantores (solistas) saíram dos melhores coros. Acordem!!!"

ESTAMOS ACORDADOS? ACHO QUE SIM.


quarta-feira, 6 de janeiro de 2016

Agnus Dei/Dona nobis (Carlos Alberto Pinto Fonseca)


De tempos em tempos há que se lembrar deste que foi o nosso regente maior na arte coral. À frente do Ars Nova, Carlos Alberto era um leão quando se tratava de peças de efeitos, e uma figura humana da maior doçura quando o assunto era a expressividade. Isto podemos ver nesta obra-prima em duas partes, criada por ele, que é o Agnus Dei e o belíssimo Dona nobis pacem, partes finais da incrível Missa Afro-Brasileira de batuque e acalanto, escrita em 1971.

O Agnus Dei divide suas duas partes entre ritmos baseados no samba-canção, sendo que as melodias são acompanhadas ritmicamente pelas vozes graves, com os baixos se comportando como verdadeiras notas graves de violão. Acrescente um pandeiro e tudo está no lugar.


O Dona nobis é uma oração, onde o compositor cria musicalmente a essência para o texto que suplica a Deus que nos dê paz. Mas, como Carlos Alberto escreve na introdução da missa, impossível manter um clima pacífico até o fim, sendo que as conturbações deste mundo, e do nosso tempo, exigem que o nosso grito seja ouvido, talvez com a intenção de acordar aqueles que teimam em não ter fé, conturbando mais ainda este mundo.




terça-feira, 5 de janeiro de 2016

Sobre peças corais

Olás!!!
Aproveito o espaço de férias para falar sobre obras corais, maestros e coros diversos, do Brasil e do resto do mundo. Espero que aproveitem e compartilhem.

Cloudburst (aguaceiro) é uma das mais famosas composições de Eric Whitacre, escrita em 1992, quando o compositor tinha 22 anos. É escrita para coro a oito vozes, acompanhado de piano e percussão. O texto é do poema El Cántaro Roto, de Octavio Paz, adaptado por Whitacre.

A peça foi escrita para a maestrina Jocelyn Jensen e durava aproximadamente 10 minutos em sua versão original, mas foi encurtada para sua versão definitiva, a qual foi publicada em 1995. Uma versão para banda sinfônica foi feita pelo compositor em 2001. Apreciem!!!



A chuva ...
Olhos de água de sombra
Olhos de água de poço 
Olhos de água de sonho.

Sóis azuis, verdes redemoinhos,
Bicos de pássaros de luz a picar e a abrir
estrelas-romãs.

Diz-me, terra queimada, não há água?
Só há sangue, só há pó,
Somente pegadas de pés descalços sobre os espinhos?
A chuva desperta...

Temos que dormir com os olhos abertos,
Temos que sonhar com as mãos,
Temos que sonhar os sonhos de um rio em busca do seu curso,
sonhos do sol a sonhar os seus mundos.

Temos que sonhar em voz alta,
Temos que cantar até que o canto ganhe raízes,
troncos, ramos, pássaros, estrelas.

Temos que desenterrar a palavra perdida,
e lembrar-nos do que dizem o sangue,
a maré, a terra e o corpo

e voltar ao ponto de partida...

segunda-feira, 4 de janeiro de 2016

Começando bem o ano...

Começando o ano, ofereço a todos essa tão linda obra de Johann Sebastian Bach: Jesus, alegria dos homens (Jesus, bleibet meine Freude).

Herz und Mund und Tat und Leben ("Coração e boca e ações e vida"), BWV 147a, é uma cantata de Johann Sebastian Bach, composta por ocasião da festa da Visitação da Virgem Maria (a Isabel), em Leipzig, em1723, embora já existisse numa versão anterior, ligeiramente diferente, de 1716. Apesar de ter a numeração BWV 147 no catálogo completo de suas obras, foi, na verdade, a 32ª cantata composta por Bach — entre as que sobreviveram. Bach escreveu um total de 200 cantatas durante sua estada em Leipzig, principalmente para atender à demanda das igrejas locais, que era de quase 60 cantatas diferentes por ano.

A partitura original desta cantata está autografada e datada para a primeira performance no dia 2 de julho de 1723, inusitadamente, uma cópia muito limpa e sem correções. A primeira página da Cantata pode ter sido datada de 1716 e contém o original do 1º. Movimento – sem quaisquer mudanças – como composto por Bach (Cantata Weimar Advent), conhecido como VWV 147ª. Esta partitura ficou na posse de seu filho Carl Philipp Emanuel Bach. O restante original, da Cantata 147a (da qual Bach transcreveu o restante sobrevivente, BWV 147), ficou em posse de seu outro filho, Wilhelm Friedrich Bach e, mais tarde, desapareceu para sempre.

O Choral (hino) final desta Cantata é o tão conhecido “Jesus, alegria dos homens”. Esse hino é executado duas vezes ao longo da obra, sendo que da primeira vez tem o seguinte texto:

Bem aventurado sou, porque tenho Jesus.
Oh, quão firmemente eu o seguro,
Para que traga refrigério ao meu coração,
Quando estou triste e abatido.
Eu tenho Jesus, que me ama
e a si mesmo se entregou por mim.
Ah! Por isso não o deixarei,
mesmo que meu coração se quebre.


O segundo texto é o que está na legenda da execução do Coro Madrigale e Orquestra Sinfônica de Minas Gerais.