segunda-feira, 11 de janeiro de 2016

Qual será o futuro dos coros nesta BH?


Esse post vem completar o que escrevi no último dia 29/12. Em 2011, escrevi o texto abaixo reclamando de um aumento de quantidade e decaimento de qualidade. Ora, não é que um trabalho de vários conseguiu, a meu ver, reverter uma curva e nos dar um alento naquilo que consideramos importante, que é a boa qualidade dos coros e, consequentemente, do movimento coral em nossa cidade? Que continue assim, torço. Mas não vou me descuidar desse texto, pois ainda não acho que possamos nos descuidar. 

"Belo Horizonte já foi o grande referencial de coros deste nosso país, principalmente pela existência, há algumas décadas atrás de um número expressivo de bons coros, dos quais cito alguns: Ars Nova, Madrigal Renascentista, Júlia Pardini, Usiminas, Assefaz, etc... No entanto, vivemos, no presente, momento, um decaimento vertiginoso da qualidade do nosso produto coral, já que alguns coros já se acabaram e outros amargam o esquecimento e a grande dificuldade de conseguirem bons cantores. Se não bons cantores, pelo menos a dificuldade é grande de se conseguirem cantores dispostos a realizarem um trabalho sério.

Há motivos claros para isto? Seria a política cultural? Seriam os festivais de coros de cunho turístico feitos por várias cidades e alguns coros e regentes oportunistas destas mesmas cidades, os quais os organizam? Seriam os professores de canto que ainda acreditam que os seus alunos estragarão suas belas vozes cantando em um coro? Seria a necessidade cada vez maior de bolsas e/ou salários que sustentem este mundo de cantores ditos profissionais que existe no nosso meio? O que será? Recebo notícias fresquinhas de que está acontecendo o mesmo fenômeno na Europa. Seria, então, a crise? Difícil saber.

Há 15 anos, quando da tentativa de melhor o padrão geral dos coros em nossa cidade, eu avisei a alguns que tomassem muito cuidado, pois a desmedida busca pela melhoria geral poderia trazer conseqüências para o futuro, já que o movimento de formação constante de cantores, proporcionada pelos coros menores em direção aos maiores e mais desenvolvidos, sempre foi a grande riqueza coral de nossas Minas Gerais. Nem mesmo eu podia imaginar que o resultado seria tão catastrófico. Onde estão os bons coristas de minha terra? Olhem para trás, meninos, pois nós já fomos os mais disputados deste país. Nossos melhores cantores (solistas) saíram dos melhores coros. Acordem!!!"

ESTAMOS ACORDADOS? ACHO QUE SIM.


Um comentário:

  1. Maestro Arnon, fui por muitos anos cantor em um coral juvenil, e agora, adulto, gostaria muito de voltar a participar de algum grupo. O senhor, por acaso, teria indicação de algum coro amador em BH, que aceite inscrições individuais?
    Obrigado!

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