Sempre acreditei que um maestro de coro tem que ter
seus objetos de desejo, ou seja, coros que sejam referenciais a serem
alcançados. Na história do Madrigale, coro que rejo, vários foram os conjuntos
que me serviram como referenciais de sonoridade, organização, repertório, etc.
Um, no entanto, foi extremamente importante, anos atrás, como modelo e exemplo,
na primeira história do Coro Madrigale e na formação do maestro: o Coro de
Câmara de Lisboa.
Em 1993, eu fui informado que um coro de Portugal,
trazido pelo salutar contato da maestrina Elza do Val Gomes e do Coral Júlia
Pardini, iria se apresentar no Palácio das Artes de Belo Horizonte. Sinceramente,
não dei muita confiança. No dia seguinte, vários colegas não paravam de tecer
elogios ao belo grupo, criado e patrocinado pela Fundação Gulbekian, de
Portugal, e em excursão pelo Brasil. Fui, então, atrás do tal coro em Mariana,
lugar de sua próxima apresentação. Foi,
deveras, uma surpresa ver aquele coro, composto de 16 integrantes, cantando em
meia lua, com um repertório que ia da renascença ao século XX, com uma precisão
e sonoridade que era justamente aquilo que eu buscava para o jovem coro que eu
criara.
A partir daquela referência, foi um estudo intenso
de vários aspectos corais. Tive um dos seus discos como referencial, do qual eu
aprendi a essência de peças como Alleluia,
de Thompson, O Magnum Mysterium, de
D. Pedro de Cristo, Lux Aeterna, de
Ligetti. Enfim, foi uma luz surgida num momento em que era necessária, e eu fui
atrás dela montando o Madrigale à maneira daquele coro.
Por anos eu busquei notícias deles, sempre sendo
informado de que eles estavam em plena atividade na sua terra natal, mas que
não se preocupavam muito com a divulgação internética dos nossos tempos. No
entanto, eis que achei este vídeo, com o qual eu lhes apresento o Coro de
Câmara de Lisboa, cantando o Alleluia de Thompson.
A este coro eu dou muitos, muitos vivas!!!
Meu disco de referência |
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