Exsultate Deo, de Alessandro Scarlatti, acompanhou boa parte da trajetória do Madrigale. Antes disso, ela era quase um hino para o Ars Nova e o Madrigal Renascentista, os coros de câmara decanos de BH. É uma daquelas peças que voltam naturalmente ao repertório, não por hábito, mas porque carregam algo que permanece vivo: clareza, vigor e uma alegria luminosa que organiza a sala de concerto desde o primeiro compasso.
Ao longo dos anos, cantamos essa peça inúmeras vezes em
programas sacros, em turnês, em festivais. É uma obra que funciona como
abertura e como afirmação. Scarlatti escreve com um entusiasmo controlado:
linhas ágeis, imitação bem desenhada, harmonia transparente. Nada pesa. Tudo
flui.
A gravação que compartilho aqui é de 2008, no nosso concerto
de música sacra na Igreja da Boa Viagem. O coro vivia, naquele momento, uma
fase muito sólida, com um som maduro e um senso de conjunto que se percebe nos
ataques, nos planos dinâmicos e na energia que a peça exige. É um registro que
guardo com carinho e orgulho, não apenas pelo resultado musical, mas pelo
espírito do grupo naquele período.
Revisitar Exsultate Deo no fim de dezembro é quase
simbólico: uma música de exultação suave, que aponta para a alegria como
caminho. Depois do Natal e antes do Ano Novo, ela funciona como um intervalo
claro: uma peça que abre espaço para respirar, reverenciar e seguir.
Fica aqui a gravação de 2008. 🎬 Exsultate Deo - Scarlatti
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