sexta-feira, 11 de março de 2016

Uma última palavra...

2013, num princípio de março.

O Madrigale, apesar de doente, gravava as 7 Palavras para um especial a ser exibido pela Redeminas de Televisão.

O coro estava doente porque sua presidente, Kátia Malloy, estava doente. Mas, ainda assim, ela não abria mão de participar de mais uma apresentação da obra de Hostílio Soares, tão amada por ela, tão cantada por ela ao longo do tempo, como solista ou cantora do coro.

Ninguém imaginava que aquela seria sua última apresentação no Madrigale...

Como, então, não lembrar dessa magnífica mulher nesse momento que antecede mais um concerto 7 PalavrasO que dizer, ainda hoje, da eterna presidente do Madrigale?

Posso começar lembrando que, ao contrário do que muitos pensam, não fui eu o idealizador do Madrigale, mas, sim, ela, que teve a coragem de unir alguns cantores de coros diversos e me proporem um trabalho diferenciado, voltado para a formação e aprimoramento de cantores, sem ter nenhum vínculo com qualquer instituição.

Com o passar dos anos, sua figura se destacou entre os demais cantores, não pelo fato de ser a esposa do maestro, algo que nunca foi usado como benemérito ou vantagem, mas por encarnar um espírito que ainda hoje é marca dos cantores do coro: a emoção e a vontade de cantar superando desafios sejam eles de que ordem forem.

Exerceu muitos papéis dentro do coro, mas sempre será lembrada por todos como uma irmã, ou mãe, que não deixava ninguém desamparado, musical e/ou pessoalmente, seja nas questões individuais de cada um, seja na preparação musical, seja livrando todos das iras e intempéries do maestro.

Eu diria que aquilo que é a marca principal, e que se tornou a missão do conjunto, emocionar, vem dela, acima de qualquer um. Jamais satisfeita com os concertos que não propiciassem essa emoção intensa, se esmerava em cuidar dos mínimos detalhes de uma apresentação, criando, ao longo do tempo, a ideia relacionada a uma elegância do conjunto Madrigale.

Determinada, jamais fugia de um desafio. Mas se há algo que ficou gravado na memória de todos os cantores que passaram pelo coro, uma é maior do que todas: o seu sorriso. Amplo, gratuito, espontâneo, sincero, iluminador, vibrante, puro e... emocionante.

Quanto ainda poderia aqui escrever. E fácil. Mas paro e deixo que aqueles que tiveram a felicidade de conviver com essa mulher se recordem dela e se emocionem, sorrindo. Que ela continue nos ajudando, de onde estiver, pois não tenho dúvida de que ela continua sendo um bom anjo a nos auxiliar e proteger.

Um sorridente fim de semana para todos.


(Esse post, um tanto quanto intimista, vai para uma comunidade de cantores e músicos que foram amigos, alunos, colegas de Kátia Malloy)


Palavra I


Palavra II


Palavra III


Palavra IV


Palavra V

Palavra VI


Palavra VII


Kátia Malloy







12 comentários:

  1. Saudade eterna. É impossível conter as lágrimas ao ler esse depoimento. São lágrimas de saudade, mas também de alegria pela vida de uma mulher plena. Flor do céu, "não me lembro de ti sem ter saudade".

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Emocionante, caro amigo. Saudades.

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  4. É isso. Só entregou seu espírito após ver que sua obra-prima musical "Coro Madrigale" estava, de fato, consumada. Saudades demais.
    Pedro.

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  5. Linda de corpo e alma...
    Um anjo, uma flor...
    Delicada,Forte e Amorosa.
    Katia Malloy nós te amamos!!!

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  6. Essa era A cara!
    totalmente especial!!!!
    Vai brilhar pra sempre no céu!!

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  7. Exemplo de mulher.!
    Eterna rainha da sabedoria e força! Que saudade! ❤️

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  8. Que emoção!!! Minha tia Kátia, assim a chamava nas aulas, tanto me ensinou, tanto me elogiou, tanto me aconselhou, tanto me fez ser um músico melhor, tanto me incentivou, aprendi com ela a ser mais educado, mais sensível, mais afinado...saudades! Um dia nos reencontraremos no lar celestial, e vamos tocar e cantar todos juntos! Saudades!!!

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  9. Não a conheci, mas me emocionei com seu texto sobre ela e só de ver o sorriso na foto posso imaginar quantas vidas ela abençoou e impactou!

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  10. Embora nunca ter feito parte do coral me sinto plenamente representado no texto. Saudades e saudades. Arley

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  11. Linda e merecida homenagem. José Mauricio.

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