É sabido, no meio musical, que Mozart tinha uma
memória prodigiosa. Conseguia se lembrar de trechos musicais inteiros tendo
ouvido apenas uma vez. Também é conhecida a história de que ele teria copiado
uma música que era executada apenas no Vaticano, e que era proibida a sua
cópia, sob pena de excomunhão. Wolfgang, aos 14 anos, visitou a cidade do Papa e ouviu essa peça e, ao chegar em casa, copiou-a de memória. Este é um fato verídico, confirmado por
duas cartas, uma de seu pai, Leopold, e outra de sua irmã, Nannerl. A irmã,
inclusive, conta o detalhe de o menino Mozart ter ficado aborrecido quando
retornou dois dias depois à Capela Sistina, quando a peça foi novamente
executada, e constatou que havia cometido alguns erros.
Bem, esta peça é o belo Miserere de Gregorio
ALLEGRI, compositor e padre italiano (1582-1652) que, apesar de ter composto e
publicado uma profusão de obras sacras, é lembrado, sobretudo por esta peça, um
elaborado moteto sacro cantado até 1870 pelo coro papal na Semana Santa. O
Miserere mei, Deus (Tende misericórdia de mim, ó Deus) é uma versão musicada do
Salmo 51, escrita durante o papado de Urbano VIII, provavelmente durante a
década de 1630.
The Choir of Claire College (Cambridge)
Gregorio Allegri
Essa história é fantástica. Mozart, pioneiro da pirataria musical. Excelente artigo, Maestro.
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