quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016

Nidus Children’s Choir (ou um maestro injuriado)

Ah! Como é bom ver crianças cantando assim. Ultimamente, com o interesse das escolas em terem suas crianças cantando (se apresentando), têm surgido, salvo algumas exceções, vários coros de crianças com uma qualidade, no mínimo, duvidosa. Na maioria do caso, sempre é possível afirmar que o problema está quase sempre na pecinha; na pecinha que fica à frente do coro.

Perdoem-me a ironia, mas tendo uma formação de menino cantor, sempre entendi que das coisas mais difíceis que existem é o trabalho com vozes infantis. Com certeza, é muito mais complexo do o que o trabalho com vozes adultas, e muitos dos que se arriscam a trabalhar com crianças não têm a devida formação para tal.

O que tenho percebido, ultimamente, aqui na nossa terra: tons errados; naipes mal classificados; repertórios inadequados; desconhecimento das melhores regiões vocais infantis; maior preocupação com o teatro do que a música; pouca disposição em educar musicalmente as crianças. E, agora, com a valorização televisiva do espetáculo infantil (que muitas das vezes é infanto-juvenil), surge um novo complicador, mas discutir esse ponto é complicado quando os meios midiáticos dão a qualquer um a capacitação e o conhecimento. Enfim, crianças cantoras podem fazer qualquer coisa quando bem educadas vocal e musicalmente. Além disso, se bons cantores são formados na infância, melhores os cantores que uma cidade, região ou país terão. Isto não quer dizer que os meninos têm que cantar notas agudas ou graves, mas cantar da maneira correta.


Uma pena! Muito a falar, mas pouco espaço, mas fica um recado: atentem-se todos com as formações que podem prejudicar as vozes infantis, pois disto dependem o coros adultos do futuro (e os solistas também).

Um comentário:

  1. Coincidentemente, ontem o tema de minha conversa com a recém chegada ao Coro Madrigale, Dayse Garcia (https://goo.gl/oLqidx), foi sobre a formação musical das crianças, ela que é educadora musical e que começa com bebês a partir dos 6 meses. Enchi ela de pergunta para entender como é a aula de música para bebês. Fique tranquilo, ela não tenta ensinar Axé ou funk melody... os exercícios, sempre lúdicos, colocam as crianças em contato com elementos da música como grave, agudo, melodia, ritmo e não tem objetivo de "lançar" uma "The Voice Kids".
    Mas ainda assim, tem essas crianças que você citou dos corais infanto-juvenil mais chance de serem musicalizadas e, no mínimo, tornarem-se apreciadoras de boa música, do que aquelas com menor poder aquisitivo e fadadas a estudar em escolas públicas com poucos recursos, técnicos e humanos. Sobre isso aliás escreveu ontem, emocionantemente o Daniel Rezende, no facebook... vale a pena ler aqui: https://goo.gl/7LmMLp

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