Olá a todos!!!
Comentei no Facebook
sobre como considero absurda a demissão da maestrina do Coro da OSESP, Naomi
Munakata. Absurda porque não aceito a justificativa de que ela não teria mais
condições técnicas para fazer com que o Coro evoluísse. De qualquer forma, qual
não foi minha surpresa quando algumas pessoas, do meio coral, me perguntaram de
quem se tratava. Bom, como ninguém é obrigado a ter todas as informações, mesmo
em tempos de excesso de dados na internet, aqui apresento a regente do coro
paulista.
Naomi Munakata iniciou
seus estudos musicais ao piano aos quatro anos de idade e começou a cantar aos
sete, no coral regido por seu pai. Estudou ainda violino e harpa. Formou-se em
Composição e Regência em 1978, pela Faculdade de Música do Instituto Musical de
São Paulo, na classe de Roberto Schnorrenberg. A vocação para a regência começou
a ser trabalhada em 1973, com maestros como Eleazar de Carvalho, Hugh Ross,
Sérgio Magnani e John Neschling. Anos depois, essa opção lhe valeria o prêmio
de Melhor Regente Coral, pela Associação Paulista dos Críticos de Arte do
Brasil. Estudou ainda regência, análise e contraponto com Hans Joachim
Koellreutter. Como bolsista da Fundação VITAE, foi para a Suécia estudar com o
maestro Eric Ericson. Em 1986, recebeu do governo japonês uma bolsa de estudos
para aperfeiçoar-se em regência na Universidade de Tóquio. Foi regente
assistente do Coral Paulistano e lecionou na Faculdade Santa Marcelina e na
Faam. Em 2014, Naomi Munakata recebeu o título de Regente Honorária do
Coro da Osesp, como parte das comemorações dos 20 anos do grupo.
Coro da OSESP
Não há dúvidas de
que se trata do melhor coro do nosso país. Criado desde o princípio da OSESP, e
sob a regência, desde então, de Naomi Munakata, este coro consegue transitar
facilmente entre os repertórios sinfônicos e camerísticos, com acompanhamento
ou a cappella. Uma marca da modernidade dos coros. O currículo abaixo foi
retirado do site da OSESP .
A combinação de um
grupo de cantores com sólida formação musical com a condução de uma das
principais regentes brasileiras faz do Coro da Orquestra Sinfônica do Estado de
São Paulo uma referência em música vocal no Brasil. Nas apresentações junto à
Osesp, em grandes obras do repertório coral-sinfônico ou em concertos a
cappella na Sala São Paulo e pelo interior do Estado, o grupo aborda
diferentes períodos musicais, com ênfase aos séculos XX e XXI e às criações de
compositores brasileiros como Almeida Prado, Aylton Escobar, Gilberto Mendes,
Francisco Mignone, Liduíno Pitombeira, João Guilherme Ripper e Heitor
Villa-Lobos.
À frente do grupo, Naomi Munakata tem regido também obras consagradas, que integram o cânone da música ocidental, como os Réquiem, de Verdi e de Mozart; a Missa em Si Menor, o Oratório de Natal e asPaixões, de Bach; o Réquiem Alemão e as canções para coro e orquestra, de Brahms. O grupo comprova sua qualidade em peças raramente apresentadas no Brasil, como a Cantata Profana, de Bartók; Chichester Psalms, de Bernstein.
Criado como Coro Sinfônico do Estado de São Paulo em 1994, passou a se chamar Coro da Osesp em 2001. Em 2009, o Coro da Osesp lançou seu primeiro disco, Canções do Brasil, que inclui obras de Osvaldo Lacerda, Francisco Mignone, Camargo Guarnieri, Marlos Nobre, Villa-Lobos, entre outros compositores brasileiros. (1)
Retornando às minhas
considerações, fico pensando como um maestrina que dedica 20 anos de sua vida
musical à condução de um grupo, simplesmente é demitida sob a alegação de que
tal grupo não está atingindo a qualidade exigida. Aqui cabe a consideração de
que “o céu é o limite” não vale para aqueles que se preocupam com a humanização
dos processos de trabalho, sobretudo quando se trata de música.
Como é possível
entender que uma orquestra da estatura da OSESP não trabalhe com substituições
a longo prazo? Em qualquer orquestra de renome internacional as mudanças são
planejadas e contam, inclusive, com o auxílio dos maestros titulares. Bastidores complicados pode justificar tal mudança intempestiva? Poupem-me. Os
bastidores nas artes são complicados sempre e em toda parte, e por isso existem
administradores dos quais se espera, justamente, tenham condições para a
condução de tais alternâncias de maneira a não conturbar um ambiente de
excelência. Seria a idade? Em se tratando de Munakata não é o caso, e qualquer
um que analisar a atividade dessa mulher nos últimos tempos atestará isto.
Infelizmente, as
palavras desse maestro não modificarão nada do que já foi resolvido, mas ainda
assim faço questão de registrá-las como marca do meu susto e de, talvez,
indignação. (O talvez fica aqui registrado, pois o tempo pode me mostrar que há
um plano bem elaborado e traçado para o que está acontecendo. Veremos.)
(1) Informaçõe extraídas do site da OSESP: www.osesp.art.br
BRAVO!!!!
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