Pesquisar coros nas redes tem sido, para mim, a abertura de um novo universo a explorar. Ouvir novos coros tem sido algo muito bom, porque percebo que o canto coral está mais vivo que nunca e florescendo de diversas maneiras.
Entre tantas formações corais espalhadas pelo mundo, algumas chamam a atenção não apenas pela precisão técnica, mas pela emoção que provocam. Foi o que senti ao ouvir o Stellenbosch University Choir, da África do Sul, um grupo jovem, vibrante, cheio de energia. Daqueles coros que parecem cantar com o corpo inteiro.
Fundado em 1936 e ligado à Universidade de Stellenbosch, o
coro reúne estudantes de diferentes cursos e origens. O que os une é o desejo
simples e profundo de cantar. E talvez seja isso que o torne tão especial: não
há distanciamento entre arte e vida. Cada voz carrega uma história, e juntas
formam um som que é, ao mesmo tempo, preciso e humano.
Sob a regência de André van der Merwe, o coro tem construído uma trajetória marcada por interpretações cheias de emoção e por um repertório que atravessa estilos, do clássico ao contemporâneo, da música africana às harmonias universais. Em cada performance, é como se o grupo recriasse o mundo em canto.
Ao assistir ao vídeo de “Baba Yetu”, por exemplo, a sensação é de um arrebatamento silencioso. Há ritmo, cor, alegria e uma espiritualidade natural, algo que nasce do corpo e da terra e se transforma em comunhão sonora. É um canto que parece vir do coração da África, mas que ecoa em todos nós.
O que mais me toca, contudo, é a vibração humana que o coro transmite. Há alegria, há entrega, há uma espécie de fé na música que atravessa o tempo e o idioma. E isso é o que mais admiro em um grupo vocal: quando a arte não se impõe pela perfeição, mas pela emoção.
O Stellenbosch University Choir é, para mim, um belo exemplo
do que o canto coral pode ser quando não se limita à forma, quando se
transforma em encontro, energia e emoção compartilhada.
>Baba
Yetu - Stellenbosch University Choir
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