segunda-feira, 3 de novembro de 2025

Choralation - A voz jovem da Nova Zelândia

Tenho passado um bom tempo ouvindo coros pelo mundo, em gravações e vídeos que encontro nas redes. É um exercício que me inspira e me ensina como diferentes culturas tratam o canto coral e como cada país transforma essa arte em algo que lhe é próprio. Às vezes, basta uma simples audição para perceber a alma de um grupo e como eles são vistos dentro da comunidade na qual estão inseridos.

Foi assim que me chamou a atenção o trabalho das escolas Westlake Girls e Boys High Schools, em Auckland, na Nova Zelândia. Apesar de serem duas instituições diferentes, uma feminina e outra masculina, elas compartilham um mesmo projeto musical, que é simplesmente exemplar. De um lado, o coro feminino Cantare, regido por Fiona Wilson, impressiona pela delicadeza e pureza das vozes. Do outro, o coro masculino Voicemale, dirigido por David Squire, traz uma energia vibrante e sonora, cheia de vitalidade e precisão. Mas é quando esses dois grupos se unem que o resultado se torna realmente especial: nasce o Choralation, um coro misto formado por alunos e alunas das duas escolas.

O Choralation é um daqueles coros que a gente ouve e logo percebe o quanto há de seriedade, dedicação e amor pela arte coral. Eles participam com frequência do The Big Sing, um grande festival nacional de coros estudantis na Nova Zelândia. É um evento que movimenta escolas de todo o país e revela o quanto o canto coral está vivo entre os jovens.

Pessoalmente, confesso que não sou muito fã da ideia de concurso, porque a música, para mim, não combina com a lógica da competição. Mas gosto do que esse festival parece provocar: encontros, trocas, descobertas, novas amizades e, principalmente, a alegria de cantar junto. E nisso, o Choralation é um exemplo bonito.

O repertório passeia por nomes como Poulenc, Whitacre e Lauridsen, mas também valoriza compositores neozelandeses e arranjos que misturam tradição e contemporaneidade. Mais do que uma disputa de resultados, suas apresentações soam como celebrações, jovens respirando juntos, compartilhando o prazer de fazer parte de algo maior.

É bonito ver um coro escolar alcançar esse nível artístico e humano. Eles mostram, na prática, o poder que a música tem de transformar e de educar, e talvez seja isso que mais me toca: perceber que, mesmo tão longe, esses jovens vivem a mesma emoção que move todos nós que amamos o canto coral: o desejo simples e profundo de cantar juntos.

 

Westlake Girls and Boys High Schools, Choralation | Hela Rotan – trad. Indonesian, arr. Ken Steven

 

Grupo de pessoas em pé

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

 

 Westlake Girls High School, Cantare | Canción de jinete – Einojuhani Rautavaara

 

Pessoas posando para foto

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

 

Westlake Boys High School, Voicemale | Mack the Knife - Kurt Weill & Bertolt Brecht, arr. Mark Hayes

 

Uma imagem contendo pessoa, homem, em pé, terno

O conteúdo gerado por IA pode estar incorreto.

 


 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Deixe seu nome e e-mail para que eu responda. Obrigado.

O som em meio ao caos (por Weberson Almeida)

Maestros são formados para parecer indestrutíveis: inerrantes, infalíveis, acima de qualquer problema. Desde cedo, aprendemos a ter sempre u...