segunda-feira, 10 de novembro de 2025

All of me - Tudo de mim...

Há momentos na vida em que a música deixa de ser apenas som, e passa a ser a própria tradução de um sentimento. Foi o que aconteceu quando, em um dos concertos internacionais do Coro Madrigale, cantamos All of Me, de John Legend, tendo como solista a minha amada Lívia Itaborahy.

Lembro-me daquele instante com uma nitidez que ainda me comove. O ambiente, a emoção, a respiração coletiva do coro... tudo parecia convergir para algo maior que a própria canção. Havia ali uma entrega rara, uma dessas que não se ensaia, não se explica, apenas acontece.

A letra fala de um amor que se doa por inteiro:

“Dê tudo de si para mim, eu vou dar tudo de mim para você.

Você é o meu fim e o meu começo.

Mesmo quando eu perco, estou ganhando, porque eu te dou tudo de mim

E você me dá tudo de você...”

Mas, ao cantá-la, o que mais me tocava não era a tradução literal das palavras, e sim o modo como elas ecoavam em nós, entre os olhares, os timbres, a cumplicidade do gesto. Era uma música que nos atravessava não como intérpretes, mas como pessoas.

Ver e ouvir a Lívia ao meu lado, naquele palco distante, foi como reencontrar o sentido de tudo o que a arte nos dá: a capacidade de unir o íntimo e o universal. 

Enquanto ela cantava, eu percebia o coro como uma extensão dessa entrega, um corpo sonoro que respirava o mesmo ar, sustentava o mesmo sentimento. E, por um breve instante, senti que a fronteira entre o pessoal e o artístico desaparecia.

A música nos expõe, nos desarma. E talvez seja por isso que ela continua sendo o meio mais puro de dizer o indizível. All of Me não era apenas uma canção de amor, era a confissão de um tempo, de uma parceria, de uma vida partilhada, do início da superação de um tempo difícil...

Hoje, quando volto a ouvi-la, ela ainda me devolve aquele silêncio luminoso que se instala logo após o último acorde. Um silêncio cheio de presença, de gratidão e de amor...

Te amo, Lívia Itaborahy!!!


Madrigale Pop Internacional – 04. All of Me

 



 

 

Um comentário:

  1. E eu cantava com o coração na mão... um nervoso por estar somando com um coro tão incrível e diante de um dos maiores maestros que conheço e entregando ali.. tudo de mim. No universo da música essa foi a primeira vez que fui formalmente regida por você. E no plano da vida cotidiana e fora dos palcos, meu coração também esta entregue bem como minha voz e minha presença para você. Te amo

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Há momentos na vida em que a música deixa de ser apenas som, e passa a ser a própria tradução de um sentimento. Foi o que aconteceu quando, ...