segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

Encontro de Corais do NMC: Uma Tarde em que as Vozes se Reconheceram

(Por Bambis e Arnon Oliveira)

Bárbara Carvalho (a Bambis, como todos a conhecem) é bolsista do Núcleo de Música Coral da UFMG. Ela coordenou a organização do Encontro de Coros do NMC realizado em 30 de novembro. Abrindo um espaço para narrativas construídas em conjunto, preparamos esta sequência de textos para registrar o evento, suas impressões e seus desdobramentos. A partir do que ela me relatou, buscamos oferecer uma dimensão do que foi vivido naquele dia, para que outros coros e ações do Programa também encontrem aqui um lugar de memória. Afinal, este é também o propósito desses relatos. Vamos lá:

 

Alguns encontros não são apenas eventos: são gestos de comunidade, momentos em que as pessoas se reconhecem. O que se viveu naquele domingo, no Auditório da Escola de Música da UFMG, foi exatamente isso, um reencontro de vozes, histórias, pertencimento e alegria compartilhada. Um daqueles dias em que a música comunica o que palavras não alcançam.

Participaram três coros do NMC: o Coral Litterarum, o Coral da Engenharia e o Coral da FALE. Grupos distintos, com identidades musicais diversas, mas unidos pelo desejo de estarem juntos e de partilharem seus processos. Logo no início, o regente Victor Medeiros conduziu o aquecimento geral. Fez isso de maneira expansiva, acessível e leve. Os coralistas se soltaram, riram, se reconheceram uns nos outros. A plateia também entrou no movimento: mesmo quem não canta sentiu-se convidado a participar. Era o NMC dizendo, sem precisar enunciar: aqui todo mundo cabe.

No início de cada apresentação, um coralista subia ao palco para apresentar seu grupo e contar sua experiência pessoal. Muitos relataram que encontraram uma nova família nos coros, que aprenderam música pela primeira vez ou que tiveram ali um contato essencial com a arte. Escutar essas falas ampliou o sentido de pertencimento tanto para quem dizia quanto para quem ouvia.

Como observou a Bambis: “Ouvir as histórias de cada um nos lembra por que fazemos tudo isso: porque a música transforma.”

Durante as apresentações, a plateia respondeu de forma espontânea. Palmas ritmadas, pessoas cantando junto em músicas conhecidas, atenção redobrada quando surgiam poemas, solos ou pequenas coreografias. Cada coro, à sua maneira, trouxe elementos que encontraram ressonância imediata no público. A fronteira entre palco e plateia praticamente desapareceu, criando um espaço comum.

O encerramento veio com “Noite Feliz”, cantada por todos os grupos reunidos no palco. Misturados, sem divisões formais, as vozes ocuparam o mesmo espaço e respiraram a mesma música. Foi simples. Foi simbólico. Foi belo. E, por alguns minutos, o palco deixou de ser palco e tornou-se um corpo coletivo.

E ali estava, talvez, o sentido maior do encontro: mostrar que o NMC não é apenas um conjunto de coros, mas uma comunidade que aprende, cresce, se apoia e cria junto. Como sintetizou a Bambis ao final: “É isso. É por isso que o núcleo existe.”

E é mesmo.

 


2 comentários:

  1. Esse é o maior projeto de música coral de Belo Horizonte, e posso falar por experiência própria. Não foi o primeiro lugar onde cantei, mas foi onde tive acesso a professores de canto, correpetidores e regentes de qualidade. Eram estudantes da Escola de Música da UFMG, orientados por professores que tiveram um papel fundamental na minha formação como músico profissional. Obrigado, NMC.

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  2. Sempre um prazer fazer parte do Núcleo! Experiência que transformou minha vida! Vida longa ao NMC!

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