(Por Bambis e Arnon Oliveira)
Bárbara Carvalho (a Bambis, como todos a conhecem) é bolsista
do Núcleo de Música Coral da UFMG. Ela coordenou a organização do Encontro de
Coros do NMC realizado em 30 de novembro. Abrindo um espaço para narrativas
construídas em conjunto, preparamos esta sequência de textos para registrar o
evento, suas impressões e seus desdobramentos. A partir do que ela me relatou,
buscamos oferecer uma dimensão do que foi vivido naquele dia, para que outros
coros e ações do Programa também encontrem aqui um lugar de memória. Afinal,
este é também o propósito desses relatos. Vamos lá:
Alguns encontros não são apenas eventos: são gestos de
comunidade, momentos em que as pessoas se reconhecem. O que se viveu naquele
domingo, no Auditório da Escola de Música da UFMG, foi exatamente isso, um
reencontro de vozes, histórias, pertencimento e alegria compartilhada. Um
daqueles dias em que a música comunica o que palavras não alcançam.
Participaram três coros do NMC: o Coral Litterarum, o Coral
da Engenharia e o Coral da FALE. Grupos distintos, com identidades musicais
diversas, mas unidos pelo desejo de estarem juntos e de partilharem seus
processos. Logo no início, o regente Victor Medeiros conduziu o aquecimento
geral. Fez isso de maneira expansiva, acessível e leve. Os coralistas se
soltaram, riram, se reconheceram uns nos outros. A plateia também entrou no
movimento: mesmo quem não canta sentiu-se convidado a participar. Era o NMC dizendo,
sem precisar enunciar: aqui todo mundo cabe.
No início de cada apresentação, um coralista subia ao palco
para apresentar seu grupo e contar sua experiência pessoal. Muitos relataram
que encontraram uma nova família nos coros, que aprenderam música pela primeira
vez ou que tiveram ali um contato essencial com a arte. Escutar essas falas
ampliou o sentido de pertencimento tanto para quem dizia quanto para quem
ouvia.
Como observou a Bambis: “Ouvir as histórias de cada um nos
lembra por que fazemos tudo isso: porque a música transforma.”
Durante as apresentações, a plateia respondeu de forma
espontânea. Palmas ritmadas, pessoas cantando junto em músicas conhecidas,
atenção redobrada quando surgiam poemas, solos ou pequenas coreografias. Cada
coro, à sua maneira, trouxe elementos que encontraram ressonância imediata no
público. A fronteira entre palco e plateia praticamente desapareceu, criando um
espaço comum.
O encerramento veio com “Noite Feliz”, cantada por todos os grupos reunidos no palco. Misturados, sem divisões formais, as vozes ocuparam o mesmo espaço e respiraram a mesma música. Foi simples. Foi simbólico. Foi belo. E, por alguns minutos, o palco deixou de ser palco e tornou-se um corpo coletivo.
E ali estava, talvez, o sentido maior do encontro: mostrar
que o NMC não é apenas um conjunto de coros, mas uma comunidade que aprende,
cresce, se apoia e cria junto. Como sintetizou a Bambis ao final: “É isso. É
por isso que o núcleo existe.”
E é mesmo.
Esse é o maior projeto de música coral de Belo Horizonte, e posso falar por experiência própria. Não foi o primeiro lugar onde cantei, mas foi onde tive acesso a professores de canto, correpetidores e regentes de qualidade. Eram estudantes da Escola de Música da UFMG, orientados por professores que tiveram um papel fundamental na minha formação como músico profissional. Obrigado, NMC.
ResponderExcluirSempre um prazer fazer parte do Núcleo! Experiência que transformou minha vida! Vida longa ao NMC!
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