Escrito em um período em que o maestro
gozava de uma consciência musical muito além da compreensão da maioria, este
livro tem como objetivo atender a dois mundos muito específicos; é um livro
escrito para os homens de cultura, capazes de entender os primeiros capítulos,
nos quais Magnani discorre sobre Estética Musical e, o que mais importante para
ele neste livro, a Fruição Musical; e é também escrito para os estudantes, tão
necessitados de informações proporcionadas por um humanista que viveu a música
intensamente durante 80 anos. Em suma, um “manual” formativo.
Entendia ele, que a Fruição Musical
raramente é acompanhada de uma verdadeira tomada de consciência cultural, e que
um dos empecilhos era a diversificação da literatura especializada, a qual se
direcionava (e continua ainda hoje) a uma linguagem literária de elevada
inspiração, mas propositalmente afastada do concreto sonoro. Reflexo disto é
que, a cada dia se produzem mais e melhores músicos no aspecto técnico, mas
com, cada vez menos, um conhecimento cultural muito aquém deste desenvolvimento
(esta já era uma das reclamações de Magnani na década de 1990).
Neste sentido, este livro foi montado
como um direcionador de estudos para a formação de um músico na acepção do
termo, como era entendido pelo maestro, o qual fazia uma distinção clara entre
instrumentista e músico. Tanto proporciona uma visão geral de estética,
história, orquestração e estilística comparada da música, quanto orienta na
busca das informações necessárias para um aprofundamento em cada um destes
pontos.
Finalizando: o que dizer de um livro
que, há anos, proporciona, a cada nova leitura, um direcionamento claro e
preciso, mas sempre novo, para o conhecimento do universo musical?
Viva Magnani!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário