Há músicas que parecem ter sido escritas para o impossível, e Bohemian Rhapsody, do Queen, é uma delas. Lançada em 1975, a obra de Freddie Mercury não é apenas uma canção, mas uma pequena ópera em si: seis minutos de puro espanto musical, onde o rock, a balada e o drama se entrelaçam em um arco teatral de intensidade e invenção.
Transpor tudo isso para o universo coral é um desafio. Mas
há arranjadores que sabem transformar o impossível em beleza, e Mark Brymer é
um deles. Seu arranjo coral de Bohemian Rhapsody é uma verdadeira
arquitetura de vozes: respeita o espírito da obra original, mantendo a
simplicidade do arranjo, mas oferece ao coro a chance de viver o espetáculo de
dentro.
Brymer não tenta imitar a banda, ele a traduz. Faz com que o
coral respire junto com o piano, recrie a textura das guitarras, desenhe os
contrastes entre o lirismo da introdução e a força explosiva do final. Cada voz
encontra seu papel na dramaturgia musical: sopranos que cortam o ar como luz,
baixos que sustentam a densidade da terra, contraltos e tenores costurando o
meio com energia e precisão.
E, para dar corpo a essa sonoridade, o Madrigale contou com
uma banda excepcional:
Elias Santos (violão e guitarra)
Hugo Silva (baixo)
Júlio Bastos (piano)
Phil Rezende (teclados)
Gui Stephan (bateria).
Foi com eles que o coro encontrou o equilíbrio perfeito
entre a força do rock e a harmonia coral, uma fusão que fez vibrar cada nota
como se o palco respirasse.
No concerto Madrigale canta o mundo, o público
reconheceu a melodia, mas ouviu algo novo: um Queen multiplicado em muitas
almas, onde o rock se fez polifonia e o épico se tornou humano. Naquele
momento, o teatro inteiro parecia respirar junto. Foi arrepiante!!!
E talvez seja essa a grande força da música coral, transformar
o que era individual em comunhão sonora, fazer do espetáculo uma experiência de
presença.
🎧 Para quem quiser
conhecer o arranjo:
Madrigale
Pop Internacional – 02. Bohemian Rhapsody
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