Na Alemanha, o Madrigal Renascentista se apresentou na Staatliche Hochschule für Musik Freiburg im Breisgau e na Rádio Freiburg. A acolhida veio do maestro Arthur Hartmann, diretor da Escola Superior de Música da Universidade de Freiburg e um dos incentivadores da excursão desde o ano anterior. Houve até alguns tropeços: problemas de correspondência atrapalharam parte da programação de concertos. Ainda assim, a passagem por Freiburg acabou sendo decisiva.
Foi ali que se abriram portas para o futuro. Pouco depois, Isaac
Karabtchevsky, Maria Lúcia Godoy e Amin Feres conquistaram
bolsas de estudo do governo alemão para estudar na prestigiada escola da
cidade. Sobre uma das apresentações, Hartmann não poupou elogios:
“O Madrigal Renascentista de Belo Horizonte, Brasil, é um
conjunto que se pode comparar aos melhores europeus pela sua harmonia, seu
respeito ao espírito da obra e a sua alta classe artística.”
A escolha de Freiburg tinha também um valor simbólico.
Karabtchevsky buscava seguir os passos de seu mestre Hans-Joachim
Koellreutter, que havia se formado justamente ali. Era como se a trajetória
do regente brasileiro reencontrasse suas raízes na tradição alemã, ao mesmo
tempo em que se projetava para o futuro.
Essa etapa mostra como a excursão europeia não foi feita
apenas de concertos, mas também de conexões duradouras. O coro cantava, mas, ao
fundo, já se desenhavam caminhos de formação, bolsas de estudo e redes de
contato que marcariam a vida de alguns de seus principais integrantes.
👉 No próximo post,
acompanharemos a passagem do Madrigal pela Suíça, o único lugar em que a diplomacia não deu certo.
👉👉 Fontes no livro em: https://musica.ufmg.br/selominasdesom/wp-content/uploads/sites/3/2023/05/o_coro_do_brasil_o_madrigal.pdf
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